A proposta de criação de cursos de Licenciatura em Informática foi iniciada pela UnB durante o Congresso da Sociedade Brasileira em Computação, em Canela, em 1995. A ideia teve sua origem cerca de 8 anos anos antes, em 1987, resultado de pesquisa com estudantes do Centro de Ensino da Asa Norte - CEAN, localizado em frente à UnB, sobre o interesse dos estudantes secundaristas em estudos de formação profissional técnica. A Informática foi escolhida como curso preferencial.
A Universidade de Brasília, em 1995, no âmbito da política de expansão e democratização do ensino, bem como, de fortalecimento da formação de professores para a Educação Básica, iniciou o debate para criação do primeiro curso de formação de professores de informática, ou curso de Licenciatura em Informática, para atender a demanda potencial das escolas e do programa Proinfo. Esse debate ocorreu em diversos encontros, grupos de trabalhos, seminários e workshops a seguir resumidos: a) Em julho de 1995, no âmbito do III Workhop de Educação em Informática (III WEI), durante o Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC/1995), em Canela, Rio Grande do Sul, a proposta de criação do curso de Licenciatura em Informática foi primeiramente defendida pela UnB, no Painel sobre “Informática no Ensino Fundamental” (Brandão, M.F.R., 1995);
b) Em agosto de 1996, durante o IV WEI do CSBC/1996 em Recife, Pernambuco, a proposta do curso de Licenciatura em Informática da UnB foi apresentada em painel específico sobre o tema “Licenciatura em Informática”; uma sessão técnica do artigo “Licenciatura em Informática: uma proposta socializante” foi realizada com publicação do relatório de trabalho e artigo completo nos Anais do WEI e do CSBC 1996 (Brandão, M.F.R., 1996). c) Em novembro de 1996, durante o Simpósio Brasileiro de Informática na Educação - SBIE 1996, em Belo Horizonte - MG, a proposta do curso de Licenciatura em Informática foi apresentada no Painel Educação e Informática: Bases para o UnB/IE/CIC. PPC de Graduação de Licenciatura em Computação. Brasília, DF. Outubro de 2016. 13 / 70 desenvolvimento e a cidadania e no artigo “Informática e Educação: da formação dos recursos humanos à formação para a cidadania” onde a proposta curricular de Licenciatura em Informática da UnB foi apresentada e publicada nos anais do referido evento.
Em março de 1997, a UnB aprovou a criação e o início de funcionamento do Curso de Licenciatura em Informática, de duração plena, para o período noturno.
Nesse período, o Programa de Informática nas Escolas - Proinfo, criado pela Portaria nº 522 de 09/04/1997 do Ministério da Educação, foi concebido de forma descentralizada por meio da instalação de uma Coordenação Estadual e de Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) em cada Unidade da Federação, dotados de infraestrutura de informática e comunicação, com educadores e especialistas em tecnologia de hardware e software. Evidenciava-se, dessa forma, uma demanda potencial e imediata para os egressos de cursos de Licenciatura em Informática. As discussões no âmbito do MEC e da Comissão de Especialistas sobre as denominações de cursos na Área de Computação e Informática para as Diretrizes Curriculares estabeleceram quatro denominações de cursos de graduação a saber: Bacharelado em Ciência da Computação, Bacharelado em Sistemas de Informação, Engenharia de Computação e Licenciatura em Computação.
Em Julho de 1997, durante o Congresso da Sociedade Brasileira de 1997, no Workshop de Educação em Informática (WEI), em Brasília, ocorreu a primeira reunião e criação dos Grupos de Trabalho do WEI para discussão dos temas de Currículo de Referência (GT/CR); Licenciatura em Informática (GT/LC); Educação a distância (GT/EAD); Matérias para o ensino fundamental – com a publicação da UNESCO, MEC/SEED e UnB/CIC.
Em Julho/1998, durante o CSBC, no WEI, foram criados os GTs no âmbito da Comissão de Educação da SBC para Discussão das Diretrizes Curriculares Nacionais.
Em Julho/1998, durante o CSBC, no WEI, foram criados os GTs no âmbito da Comissão de Educação da SBC para Discussão das Diretrizes Curriculares Nacionais.
No CRSBC 1999/RJ ocorreu o I Curso de Qualidade para discussão dos Padrões de qualidade de cursos de computação.
No CSBC 2001/CE, no III Curso de Qualidade, Planos Pedagógicos de Cursos na área de Computação e Informática foram apresentados e Planos Pedagógicos de Cursos de Licenciatura em Computação foram propostos.
No CSBC 2000/PR , no II Curso de Qualidade, foram propostos planos pedagógicos de diversas matérias.
O Currículo de Referência de Cursos de Licenciatura em Computação (CRLC/2002), adotado como base para a criação de cursos de Licenciatura em Computação, foi aprovado em plenária durante o CSBC 2002/SC, como resultado dos trabalhos do Grupo de Trabalho de Licenciatura em Computação (GT/LC) da SBC, sob coordenação da Professora Maria de Fátima Ramos Brandão, docente e coordenadora do curso de Licenciatura em Computação da UnB. Após esse período, as discussões sobre as diretrizes curriculares da área de Computação e Informática e da Formação de Professores para a Educação Básica no âmbito do CNE culminaram com a aprovação da Resolução CNE/CP 1 de 18/2/2002 (CNE 2002) que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de Licenciatura, de graduação plena e a Resolução CNE 2002 - Resolução CNE/CP 2 de 19/2/2002 que instituiu a duração e a carga horária dos cursos de Licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior.
O CIC solicitou a mudança da denominação do curso de Licenciatura em Informática para Licenciatura em Computação, que foi efetivada pela Resolução UnB/CEPE 51/2002, adotando, portanto, as orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais. A sua primeira avaliação para fins de reconhecimento ocorreu em Dezembro de 2003.
Em 2006, no âmbito da SBC e do XVII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, SBIE, em Brasília/DF, a UCB e a UnB, organizaram o I Workshop sobre Licenciatura em Computação (I WLC/2006), com a submissão de artigos e publicação em Anais em versão digital.
A partir de 12 de dezembro de 2007, pelo Decreto n° 6.300, o ProInfo passou a ser Programa Nacional de Tecnologia Educacional, com o principal objetivo de promover o uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação nas redes públicas de educação básica o que evidenciou o potencial de demanda do curso de Licenciatura em Computação.
Em 2010, durante o XX SBIE em João Pessoa, na UFPB, ocorreu o II Workshop de Licenciatura em Computação (II WLC/2010) quando foi discutida a revisão das Diretrizes Curriculares dos cursos de Licenciatura em Computação (LC).
Em 2011 os cursos de LC ingressaram pela primeira vez no ENADE para avaliação do desempenho dos estudantes egressos de cursos de Licenciatura em Computação. A UnB e UFPB obtiveram o conceito máximo, a nota 5. Até o ano de 2006 existiam 76 cursos ativos; em 2014: existiam 125 cursos ativos, sendo 20 na modalidade EAD segundo dados do e-MEC, acesso em 27/7/2014. No ENADE 2011, dos 27 cursos ativos e avaliados, 2 cursos obtiveram conceito 5; 5 cursos obtiveram conceito 4; 6 cursos obtiveram conceito 3; 9 cursos obtiveram conceito 2 e 5 cursos obtiveram conceito 1.
Em 9 de março de 2012, o Parecer CNE no. 136/2012 aprovou as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Computação e de acordo com essas Diretrizes Curriculares Nacionais os cursos de Licenciatura em Computação têm como objetivo principal “preparar professores para formar cidadãos com competências e habilidades necessárias para conviver e, prosperar em um mundo cada vez mais tecnológico e global e que contribuam para promover o desenvolvimento econômico e social de nosso País” [CES2012]. A formação de professores, críticos e autônomos, para uso de software de computadores nos contextos das organizações e da sociedade em geral é uma demanda urgente da sociedade contemporânea que necessita ser intensificada e ampliada. Dessa forma, o presente Projeto Pedagógico do Curso (PPC) tem por base os princípios de flexibilidade, interdisciplinaridade e organicidade, seja em relação aos seus pressupostos teóricos e metodológicos, relacionando campos de conhecimento como os de Computação, Psicologia e Educação, bem como, aos procedimentos didáticos, recursos, atividades de prática e de estágio supervisionado como componente curricular para tornar efetivo o desafio da formação de profissionais de Educação em Computação.
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