Biografia de Cesário Verde
Biografia de Cesário Verde
1855-02-21 00:00:00
New story 1
José Joaquim Cesário Verde nasceu no dia 25 de Fevereiro de 1855 em Lisboa, na Rua da Padaria, freguesia da Madalena, e foi batizado na Sé, ali mesmo ao lado, no dia 2 de Junho do mesmo ano. O pai, José Anastácio Verde, abastado burguês, era comerciante e lavrador: além de se ocupar da sua loja de ferragens, na Rua dos Fanqueiros, números 2 a 12 (onde atualmente se encontra uma casa bancária), dedicava-se também à lavoura numa quinta em Linda-a-Pastora, a cerca de dois quilómetros da capital, propriedade da família Verde desde 1797.
1857-05-01 00:00:00
New story 1
Peste em Lisboa; a família Verde refugia-se na sua quinta de Linda-a-Pastora.
1865-02-01 00:00:00
New story 1
Os Verde passam a morar na Rua do Salitre (Lisboa). Cesário conclui a instrução primária e começa a estudar inglês e francês.
1872-05-18 00:00:00
New story 1
Ignora-se onde fez Cesário Verde o curso de instrução primária e também nada se sabe relativamente aos seus estudos secundários. Mas, segundo se conjetura, deve ter começado a trabalhar na loja ainda criança, visto que era o mais velho dos irmãos. Sabe-se, sim, que tinha dezassete anos quando, em 1872, começou oficialmente a trabalhar na loja do pai, como correspondente comercial. Com apenas vinte e quatro anos, substitui o pai na direção da firma, alargando os negócios.
1873-10-01 00:00:00
New story 1
Em Outubro de 1873, Cesário Verde matriculou-se, como aluno voluntário, no Curso Superior de Letras, mas não se apresentou aos exames finais nem voltou a inscrever-se. Segundo Silva Pinto, um dos jovens intelectuais que aí conheceu e que ficou seu amigo "para a vida e para a morte", Cesário, matriculando-se no curso "em homenagem às letras", sofreu uma deceção muito grande que o levou a abandonar o curso. No mesmo ano, começa a publicar os primeiros poemas no "Diário de Notícias", onde é apresentado como um moço quase imberbe, ingénuo, rosto e alma serena, fronte espaçosa, olhar prescrutador, cheio de aspirações elevadas. A recepção aos poemas publicados foi péssima. Os leitores, habituados ao sentimentalismo romântico, detestaram aqueles versos sobre a realidade quotidiana da cidade e do campo; mesmo os escritores da geração realista (Ramallho Ortigão, Teófilo Braga e Fialho de Almeida, que acabariam por admirar a obra de Cesário), começaram por lhe fazer críticas demolidoras.
1874-05-01 00:00:00
New story 1
Publica mais poemas no Diário de Notícias (Lisboa) e nos jornais do Porto Diário da Tarde e A Tribuna. Ramalho Ortigão crava-lhe uma Farpa a propósito do poema Esplêndida. Boémia revolucionária no “Martinho”
1875-05-01 00:00:00
New story 1
Cesário conhece e faz amizade com Macedo Papança (futuro conde de Monsaraz). Continua a publicar poemas no Mosaico (Coimbra), n’ A Tribuna e n’ O Porto. Começa a dirigir a loja da Rua dos Fanqueiros e a quinta de Linda-a-Pastora.
1876-05-01 00:00:00
New story 1
Em 1876, o poeta, incomodado com esta incompreensão, escreve no poema "Contrariedades", Agora sinto-me eu cheio de raivas frias, / Por causa dum jornal me rejeitar, há dias, / Um folhetim de versos.
1877-05-01 00:00:00
New story 1
Numa carta que em 1877 escreve ao seu amigo Macedo Papança, Cesário queixa-se de problemas de saúde e este é o primeiro sinal da doença que entrara na casa da família Verde como em muitos lares daquele tempo - a tuberculose. De facto, em Abril de 1872, morrera, aos dezanove anos, vítima de tuberculose, a sua "doce irmã" Júlia e, dez anos mais tarde, a mesma doença vitimaria o irmão Joaquim, que contava apenas vinte e cinco anos.
1878-05-01 00:00:00
New story 1
Passa a viver em Linda-a-Pastora. Nos jornais publica Noitada, Manhãs Brumosas, Em Petiz.
1879-05-01 00:00:00
New story 1
Publica Cristalizações no primeiro número da Revista de Coimbra. É atacado pela republicana Angelina Vidal n’ A Tribuna do Povo e pelo monárquico Diário Ilustrado.
1880-05-01 00:00:00
New story 1
Publica O Sentimento dum Ocidental no número do Jornal de Viagens (Porto) dedicado ao tricentenário de Camões. Os Verde exportam maçãs para Inglaterra, Alemanha e Brasil.
1881-05-01 00:00:00
New story 1
No entanto, continua a escrever e a conviver com alguns amigos ligados às letras, como o poeta Gomes Leal, Macedo Papança (Conde de Monsaraz) e sobretudo Silva Pinto, o seu colega de faculdade e amigo até à morte. A partir de 1881, convive com os artistas e literatos do "Grupo do Leão", a tertúlia do restaurante "Leão de Ouro", na Rua do Príncipe.
1882-05-01 00:00:00
New story 1
Morre, tuberculoso, Joaquim Tomás, irmão de Cesário.
1883-05-01 00:00:00
New story 1
Em 1883, empreende uma viagem a Paris, para tentar assinar um contrato de exportação de vinho português. Apesar de poeta, desde a década de 70 que Cesário não mais deixara de estar envolvido no universo dos negócios, sobretudo na exportação de legumes e fruta para Inglaterra, França, Alemanha, América do Norte e Brasil.
1884-05-01 00:00:00
New story 1
Cesário lutava contra a falta de saúde mas, a partir de 1884, a tuberculose progrediu e o poeta viu-se obrigado a procurar os ares do campo, refugiando-se na sua quinta em Linda-a-Pastora, depois em Caneças e, por fim, no Lumiar.
1885-05-01 00:00:00
New story 1
Agrava-se o seu estado de saúde mas regressa a Lisboa e continua a trabalhar na loja da Rua dos Fanqueiros.
1886-07-19 00:00:00
New story 1
A 19 de Julho de 1886, pelas cinco horas da manhã, após proferir "Não quero nada, deixe-me dormir", morre. Tinha trinta e um anos.