As crianças com deficiência eram atiradas ao rio ou eram utilizadas para divertimento, sendo atiradas às feras nas arenas.
As crianças com deficiência eram rejeitadas e abandonadas em montanhas. Os aleijados eram sacrificados.
Ao longo da História, a cultura influenciou as perspetivas em relação à pessoa com deficiência. A aceitação social das pessoas com deficiência evoluiu de acordo com as políticas sociais, económicas e culturais de cada sociedade. Deste modo, destacam-se períodos e movimentos históricos determinantes para o aparecimento de novas formas de encarar as pessoas com deficiência.
A origem da deficiência é associada a fatores religiosos: o deficiente era considerado perigoso por não ter alma e era apedrejado ou queimado nas fogueiras da Inquisição. Evolução para a emissão de uma lei que proíbe o infanticídio.
Aparecimento do primeiro hospício em França para assistência aos deficientes. Relevância do papel da Igreja na proteção às pessoas com deficiência.
Uma nova concepção social contribuiu para uma mudança de perspetiva sobre a pessoa portadora de deficiência: - Paracelso e Pare identificaram a deficiência mental - Surgem as primeiras tentativas de educação dos cegos e surdos.
Didimus, professor e teólogo fez a primeira tentativa. No mesmo século, foram fundados asilos e hospitais, onde os deficientes eram alimentados e vestidos.
Na Poor Law (Lei dos Pobres) era dado um grande relevo à necessidade de que as crianças deficientes, os coxos, os velhos e os cegos deviam ser colocados como aprendizes, à excepção daqueles que de maneira nenhuma pudessem trabalhar.
Domínio do pensamento racional contribuiu para um retrocesso relativamente à diferença. Ingresso dos deficientes em prisões, orfanatos e outras instituições do estado.
A partir da filosofia/ideias de autores como Rousseau, Locke e Diderot surgiram obras que influenciaram positivamente a educação de crianças deficientes. Início do estudo sobre a pedagogia curativa ou terapêutica, mais tarde designada como pedagogia social.
- Aparecimento do primeiro alfabeto de signos para surdos(Jacob Rodrigues Pereira e melhorado pelo abade de L`Épée); - Alfabeto tátil ensinado aos cegos(Louis Braille); - Avanços significativos no estudo da deficiência mental.
Primeiras tentativas de educação do deficiente mental profundo – “A Educação de um homem selvagem”, Victor, o selvagem de Aveyron. Perda da hegemonia da igreja, aparecimento da educação pública em resultado da industrialização e aparecimento de uma nova classe social - o operariado.
Sob a influência da teoria da psicanálise de Freud, surgem novos conhecimentos acerca do funcionamento mental do individuo: - Testes para medição de capacidade intelectual (Galton); - Testes de inteligência de Binet e Simon; - Criação de escolas especiais.
As ideias de Montessori, Decroly, Dewey, Makarenko, Mendel e Freneit contribuíram para reformas significativas a nível escolar na Europa, consolidando a necessidade de um ensino para todos, com respeito pela diversidade. A compreensão do conceito de criança deficiente sofre grandes mudanças. Preocupação com a criança deficiente numa perspetiva terapêutica e educativa.
Surge como estrutura paralela à Educação regular, procurando-se soluções pedagógicas mais adequadas para as pessoas com deficiência..
Alterações na sociedade ocidental ao nível social, político, económico e cultural implicam novas abordagens pedagógicas colocando em causa o sistema tradicional de atendimento à pessoa com deficiência. .
Novo modelo que defende a integração escolar de crianças com deficiência - influências da Public Law (PL 94-142) na perspetiva do ensino das crianças com deficientes com os seus pares. Warnock Report(1978), introduz o conceito de Necessidades Educativas Especiais e vai influenciar decisivamente a educação especial. Ponto de viragem do modelo médico para o modelo educativo.
Consagra os direitos à educação, à igualdade de oportunidades e à participação na sociedade como princípios que regem a educação especial. Define a Educação Especial como uma modalidade integrada no sistema educativo, estabelecendo os seus alicerces.
Consagra uma afirmação dos direitos que, progressivamente, o país terá de garantir à população escolar com NEE. Integração e inclusão de crianças com necessidades educativas especiais nas escolas do ensino regular. Determinação da responsabilidade da escola pelo atendimento educativo ao aluno com NEE, através dos seus órgãos de direção, administração e gestão. Representa um incentivo para a transformação da escola e comunidade escolar, de modo a que as diferenças sejam aceites na sua especificidade e sejam motores de solidariedade.
"As escolas devem acolher todas as crianças independentemente das suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras." Surge uma nova conceção sobre a educação de alunos com NEE. Conceito de escola Inclusiva, que preconiza o ajustamento a todas as crianças, independentemente das suas condições físicas, sociais, linguísticas ou outras. Todos os alunos devem aprender juntos.
Contextualização dos apoios educativos com base no professor colocado num estabelecimento de ensino.
"A educação inclusiva visa a equidade educativa, sendo que por esta se entende a garantia de igualdade, quer no acesso quer nos resultados." A implementação do uso da Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), como referência para a classificação das NEE, surge com este decreto e adota um cariz biopsicossocial criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2004). A introdução da CIF traz consigo uma mudança de paradigma, passando-se de um modelo médico para um modelo biopsicossocial, onde se encontram integradas a funcionalidade e a incapacidade. A aplicação da CIF no processo de avaliação das NEE preconiza uma linguagem unificada bem como uma estrutura de trabalho comum, interativa e multidimensional, no âmbito de um trabalho de equipa transdisciplinar.
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