Cavaco SIlva entra pela primeira vez em Belém como Presidente da República, depois de ter vencido as eleições com 50,54% dos votos, e faz-se acompanhar da família. De manhã tinha tomado posse na Assembleia da República onde frisou a de "cooperação estratégica", prometida em campanha , mas fazendo também um apelo a "consensos alargados" em matérias de peso. Deixou cinco desafios: economia a crescer, qualificação de recursos humanos, credibilizar a Justiça e também o sistema político, tratar da sustentabilidade do sistema social.
A primeira reunião formal entre José Sócrates e Cavaco Silva, no Palácio de Belém, teve direito a imagens. O Presidente recém eleito estabeleceu que aquelas reuniões (habitualmente às quintas-feiras, depois de cada reunião semanal do Conselho de Ministros) decorreriam numa mesa de trabalho redonda de três pés.
Presidente estreia-se com diploma que reorganiza os ciclos e graus do Ensino Superior, seguindo a Declaração de Bolonha.
O Presidente da República dá posse aos conselheiros de Estado, entre eles os novos, por si designados: João Lobo Antunes, Marcelo Rebelo de Sousa, Manuela Ferreira Leite, Manuel Dias Loureiro e Miguel Anacoreta Correia.
A segunda deslocação ao estrangeiro foi para visitar as tropas portuguesas destacadas na Bósnia-Herzegovina e no Kosovo. A primeira fora logo em Março, para a tomada de posse do Presidente de Cabo Verde, Pedro Pires.
Foi uma inovação. O Presidente da República apareceu para a sessão solene do 25 de Abril na Assembleia da República, sem cravo na lapela. Foi a primeira vez que aconteceu e Cavaco Silva manteve essa opção até ao fim do mandato. No discurso pediu um "compromisso cívico" para combater as desigualdades.
Um mês depois de ter falado da pobreza em Portugal, no discurso do 25 de Abril, lança os "Roteiros para a Inclusão". A iniciativa "Roteiros" havia de marcar todo o seu mandato, com encontros periódicos, promovidos pelo chefe de Estado por todo o país, dedicados a temas concretos, que foi considerando prioritários.
É o primeiro veto político do Presidente, que devolveu ao Parlamento a Lei da Paridade por ter dúvidas sobre ao "carácter excessivo" das sanções contra as listas candidatas às eleições que não cumpram as quotas. "Os partidos ou listas de candidaturas que não aceitassem ou não pudessem cumprir os critérios do diploma, poderiam ficar impedidos de concorrer a eleições, o que constituiria uma severa restrição à liberdade e pluralismo das opções próprias da democracia representativa", escreveu o chefe de Estado no texto que acompanhou o veto. O PS alterou o diploma e remeteu-o novamente para Belém onde acabou por ser promulgado.
As cerimónias comemorativas do 10 de Junho foram no Porto, onde Cavaco Silva discursou contra as "assimetrias e desigualdades", apelando "aos portugueses a que não se resignem e que não se deixem vencer pelo desânimo ou pelo cepticismo."
O Presidente da República confere posse aos novos membros do Governo, o Freitas do Amaral sai do Ministério dos Negócios estrangeiros e Sócrates tem de fazer trocas. Passa Luís Amado para aquela pasta e chama Severiano Teixeira para a Defesa.
