Sentença ao Governo de José Sócrates? Na mensagem de Ano Novo, o Presidente da República alertou para a necessidade de combater as dificuldades e de repartir os sacrifícios "sem exceções ou privilégios".
O primeiro-ministro, José Sócrates, recusa pedir apoio ao FMI. "Rumores e especulações sobre a vinda do Fundo Internacional Monetário (FMI) não ajudam o nosso país", disse ao mesmo tempo que apresentava os dados da execução orçamental.
Cavaco Silva ganhou as eleições com 52,94%. Menos meio milhão de votos do que em 2005.
A chanceler alemã deu o apoio que faltava ao primeiro-ministro quando este já estava debaixo de fogo da oposição e da Europa. José Sócrates foi a Berlim ouvir Angela Merkel apelidar de "corajosas" as reforma do Executivo português.
O Bloco de Esquerda apresentou, mas não passou no parlamento. A moção de censura ao Governo de Sócrates teve os votos contra do PS e a abstenção do PSD e do CDS.
O primeiro-ministro apresentou as medidas do PEC4 em Bruxelas sem antes as ter dado a conhecer em Portugal ao Presidente da República. Mais um momento de tensão na relação já difícil entre São Bento e Belém. À noite, Passos Coelho, então líder da oposição, dava uma conferência de imprensa onde dizia que não apoiaria mais o Governo de Sócrates. O fim do PEC 4 estava anunciado.
A organização partiu da sociedade civil. A primeira manifestação da "Geração à rasca" nasceu no Facebook e levou cerca de 200 mil pessoas às ruas de Lisboa.
Chegado de Bruxelas, Sócrates elogia o PEC4 e avisa a oposição que quer ver o documento votado no Parlamento e que o seu chumbo terá como consequência um pedido de ajuda externa: "Quem quiser provocar uma crise, é livre de o fazer".
Passos Coelho usa a expressão para reafirmar que não há mais apoio do PSD ao Governo de Sócrates. Decisão foi tomada ao longo de um dia político agitado.
A troika já estava à porta e a demissão de Sócrates estava por dias, mesmo assim o primeiro-ministro arriscava o que tinha e recusava ser Governo com o FMI. José Sócrates estava no Porto a apresentar a moção à recandidatura e aproveitou para responder a uma entrevista de Passos Coelho.